A Travessia
Vou tentar, então, resumir as aventuras dos últimos dias. Na segunda saímos de Nouadhibou com dois austríacos num volvo. estivemos duas horas a tentar encontrar a pista junto a praia na direcção de Noukchott. estivemos duas horas a desenterrar e a enterrar a carrinha e o volvo na areia. depois levantou-se uma ventania tal, que acho que se chama tempestade de areia, que não nos deixou ver nada, para além de ser doloroso ter qualquer pedacinho de pele exposto à areia. Acabámos por encontrar a pista mas com as obras da estrada (finalmente há alcatrão a atravessar o Sahara) torna-se impossível chegar à pista, como se fazia tarde e a tempestade não parava decidimos voltar para Nouadhibou.
Na terça saímos com um plano diferente, fazer 200 km de alcatrão e depois procurar uma pista de 40 km para o parque do banc d'arguin. Assim fizemos quer a carrinha, quer o volvo só se atascaram uma vez e ao fim do dia estávamos num praia a tomar uma banhoca e a ver o pôr do sol. quer a condução, quer a navegação com o gps não são muito difíceis e muito divertidas. quando nos preparávamos para jantar, surgiu um guarda que nos obrigou a mudar o local da pernoita. Como já estava escuro fomos atrás de dois jeeps italianos até ao cabo tafarit, onde dormimos numa haima (tenda do deserto), voltamos à banhoca e jantamos uns peixões ao sal divinais. para que se perceba bem estávamos na praia a ouvir o mar, mas ali há areia de um lado e mar do outro, o conceito de praia só depende da distância à água.
Quarta, amanheceu com a proeza de enterrar a carrinha de tal forma, numa mistura de lodo, areia e água, que só com a ajuda de uns espanhóis é que nos safamos. mas perdemos a manhã toda. depois foi procurar outra pista para voltar ao alcatrão e à estrada para Nouadhibou, onde chegámos muito cansados e à noite e onde nos separamos dos austríacos.
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