O Fim!

Chegámos ontem de manhã. Com muito sono e cansados. Foi uma grande viagem e soube muito bem. Agora vai recomeçar o trabalhinho e acaba este blog. A única excepção é que na segunda-feira vou passar para aqui as fotografias que tirei com o telemóvel.

Chegamos às 7 da manhã

Check-in feito, agora só se o avião tiver um furo. Chegamos às 7 da manhã.

A Catarina e a Cristina Ferreira foram excepcionais na ajuda que deram para resolver os problemas aéreos.

Obrigado e Dois grandes beijinhos para ambas.

a caminho do aeroporto

Chegou a hora da verdade, estamos a caminho do aeroporto.

hoje fomos visitar a ilha de Gorée

Poucas coisas podem correr mal agora. Acho mesmo que nenhuma mas já não digo nada.

temos bilhetes comprados a partir de Lisboa e em princípio é só levanta-los no aeroporto. entretanto hoje fomos visitar a ilha de Gorée, o principal entreposto negreiro com destino às américas.

interessante.

Ainda nao é o fim

Afinal ainda não acabou. Isto quando se atravessa o trópico só corre bem quando se chega ao fim. Afinal a tap não aceita cartões de crédito e a tentar levantar dinheiro da maquina devemos ter entrado em procedimento de segurança do visa o que impediu a compra dos bilhetes na air senegal; o master card estava avariado e o visa não funcionava. O resultado é que a Rita embarcou para lisboa e eu e o Simão, como vingança, escolhemos um hotel bem confortável para passar a noite.

Vamos amanhã!

conseguimos uma reserva na TAP para hoje

Acordar e atravessar o rio, isto é sair da Mauritânia, país de polícias corruptos e de guias desnecessários, fica-nos o asco e a falta de paciência. E entrar no Senegal que nestes aspectos não é assim tão diferente.
Bom sempre há menos candidatos a guias.

Viagem até St. Louis, que é uma ilha na foz do rio Senegal e antiga capital colonial francesa destes dois países. Cidade interessante e de uma beleza perdida. É impressionante a diferença da paisagem.

A terra é vermelha e coberta por um verde brilhante. Há pássaros por todo o lado, pássaros que nem sei o nome e nunca tinha visto. Há aldeias por todo o lado com gente à beira da estrada.

Isto é o começo da áfrica negra, mas tem de ficar para outra altura, agora vamos para casa. Não conseguimos entrar em Dakar porque com as chuvadas está sitiada. Há água e engarrafamentos por todo o lado, mas saltando de táxi em táxi acabamos por chegar ao aeroporto.

Graças à ajuda da Catarina, aí em Lisboa, conseguimos uma reserva na TAP para hoje e dentro de hora e meia vamos comprar os bilhetes. Inchála!
Catarina sabes que há uma cidade no Mali chamada Kita? Temos de lá ir! Resta dar um grande, grande abraço ao zé nuno que me convenceu e ajudou a fazer este blog. sárava ao zé nuno!

encontrámos um polícia honesto que nos ajudou a encontrar um hotel e ainda pagou o taxi

Finalmente o rio.

Aqui, à nossa frente está o rio senegal, na outra margem o país que dá nome ao rio e atrás de nós ficou o deserto, o sahara.
Neste sentido o sahara começa e acaba no rio, mas o deserto é o meio, não tem princípio nem fim, tem fronteiras: o rio e a montanha, que é como quem diz a água. O deserto é a aridez cercada de água.

Hoje passámos a manhã na fronteira de Nouakchott, a resistir aos polícias corruptos, foi duro mas o...

Mamadou, firmemente, recusou-se a participar na corrupção e valeu a pena. Disse-nos paciência e coragem!

As horas perdidas implicaram a chegada demasiado tarde à fronteira e seguindo o exemplo do Mamadou decidimos não participar na corrupção e pernoitar deste lado aguardando a abertura da fronteira amanhã de manhã.

Como prémio encontrámos um polícia honesto que nos ajudou a encontrar um hotel e ainda pagou o taxi.

Hoje vendemos tudo menos o jerrycan...

Tarde de chuva.

Depois fica a lama mas também um ar leve e claro. Último dia em Nouakchot, amanhã resolvem-se as burocracias e partimos para St. Louis no Senegal. Hoje vendemos tudo menos o jerrycan, não foi mau, e andamos a comprar recuerdos.

Como brinde roubaram-me o cachimbo, ainda fui atrás do larápio mas escapou-se na confusão do mercado.

Não imaginava que na capital de um país fossem poucas as ruas alcatroadas

O lixo, as cabras, o pó, a chuva, a lama, o calor, a areia, o cheiro, o suor, as moscas, o lixo.
As cabras comem o lixo, o pó mistura-se com o calor irrespirável, quando chove a lama cheira a podre e a lixo. As ruas de pó e lama à vez são palcos de vidas sobrevividas.

Não imaginava que na capital de um país fossem poucas as ruas alcatroadas.

Valem-nos as cabras que limpam as ruas!

Ainda em Nouakchot

Retidos em Nouakchot!

Pois é, a burocracia é igual em todo o lado e aqui...

Já encontrámos uma associação de desenvolvimento para doar a carrinha, com a ajuda de um casal de chilenos que conhecemos em Nouadhibou. Agora temos de esperar por segunda para ter os papéis da ordem e partir para o Senegal.

A cidade tem 50 anos e é uma capital africana do 3º mundo. mal construída, sub-dimensionada e com uma população urbanizada à força.

É impressionante a pobreza.

A Travessia

Vou tentar, então, resumir as aventuras dos últimos dias. Na segunda saímos de Nouadhibou com dois austríacos num volvo. estivemos duas horas a tentar encontrar a pista junto a praia na direcção de Noukchott. estivemos duas horas a desenterrar e a enterrar a carrinha e o volvo na areia. depois levantou-se uma ventania tal, que acho que se chama tempestade de areia, que não nos deixou ver nada, para além de ser doloroso ter qualquer pedacinho de pele exposto à areia. Acabámos por encontrar a pista mas com as obras da estrada (finalmente há alcatrão a atravessar o Sahara) torna-se impossível chegar à pista, como se fazia tarde e a tempestade não parava decidimos voltar para Nouadhibou.

Na terça saímos com um plano diferente, fazer 200 km de alcatrão e depois procurar uma pista de 40 km para o parque do banc d'arguin. Assim fizemos quer a carrinha, quer o volvo só se atascaram uma vez e ao fim do dia estávamos num praia a tomar uma banhoca e a ver o pôr do sol. quer a condução, quer a navegação com o gps não são muito difíceis e muito divertidas. quando nos preparávamos para jantar, surgiu um guarda que nos obrigou a mudar o local da pernoita. Como já estava escuro fomos atrás de dois jeeps italianos até ao cabo tafarit, onde dormimos numa haima (tenda do deserto), voltamos à banhoca e jantamos uns peixões ao sal divinais. para que se perceba bem estávamos na praia a ouvir o mar, mas ali há areia de um lado e mar do outro, o conceito de praia só depende da distância à água.

Quarta, amanheceu com a proeza de enterrar a carrinha de tal forma, numa mistura de lodo, areia e água, que só com a ajuda de uns espanhóis é que nos safamos. mas perdemos a manhã toda. depois foi procurar outra pista para voltar ao alcatrão e à estrada para Nouadhibou, onde chegámos muito cansados e à noite e onde nos separamos dos austríacos.

estão agora em Nouakchott, capital da Mauritânia

O João acabou de me ligar e estão todos bem e tem corrido tudo bem nestes últimos dois dias, mas a realidade é que lá estão arredados do resto do mundo.

não há sms para niguém e mesmo o e-mail que enviou ontem foi enviado a muito custo, pois levou quase meia hora entre abrir a página, escrever e conseguir enviar... por pouco não se perdia a mensagem por ter expirado o tempo de ligação à internet... uma fúria!

estão agora em Nouakchott, capital da Mauritânia, e amanhã vai tentar encontrar um cibercafé mais funcional (e rápido) para tentar contar mais sobre as aventuras dos últimos dias.
:-)

(texto escrito pelo zé nuno)

Ontem foi só areia

Ontem foi só areia. passamos o dia a tentar encontrar uma pista que nos levasse para sul. estavamos com dois austríacos com um volvo, também com 20 anos. foi só atascar e desatascar os carros, o que nao deixa de ser uma experiência.

hoje vamos por outro lado, mais fácil e acho que finalmente vamos conseguir chegar ao parque. Vamos nos e os austríacos. os sms's não funcionam, não sei quando irei encontrar o próximo cybercafe, assim que puder vou telefonar ao zé nuno.

Vento

Ontem os sms não funcionaram, assim que vai outra vez sem acentos!

O deserto é o vento! Vento por todo o lado, e a areia, que não é mais do que poeira e que se mete em todo o lado. Nouadhibou já é terceiro mundo, mas é um terceiro mundo com trabalho, porto e indústria, o que quer dizer que ainda vamos ver muito pior. Aqui para além do vento e da poeira, há um comboio com 200 vagões que atravessa o deserto e um porto que os barcos escolhem para morrer.

hoje vamos para o parque natural do banc d'arguin, que é uma das zonas húmidas mais importantes do planeta. vamos em conjunto com um alemão e um austriaco que estão a caminho da gâmbia. devemos ficar uns 3 ou 4 dias no parque. conheci tb um casal de chilenos que estiveram a fazer voluntariado aqui, e estavam na capital na noite do golpe de estado. de facto na mauritânia não se passa nada. como no filme do visconti: é preciso que algo mude, para que tudo fica na mesma!

Vou dormir com as imagens do deserto.

Mauritania!

Os guias na fronteira são insuportáveis, os de Ceuta ao pé destes são meninos de coro. Depois os postos da fronteira e da alfandega são umas barracas onde os soldados dormem, comem e carimbam os passaportes.

Entre Marrocos e a Mauritânia ficou um campo de minas que como se vê não surtiu efeito.

Nouadhibou está sem luz, portanto mais impressões só amanhã. Vou dormir com as imagens do deserto.

Estamos a cruzar o Trópico de Cancer

Estamos a cruzar o Trópico de Cancer. A partir de agora, e porque estamos no verão, o sol deixa de apontar o sul. Mas não se preocupem pois continua a nascer a nascente e pôr-se a poente.

Amanhã passamos a fronteira em comboio com uns franceses com jeeps

Dakhla, última cidade antes da fronteira com a Mauritânia.

Daqui até lá são 300 km de deserto. Se for como o de hoje é plano e de pedra, sem pingo de areia. O de hoje tinha como prémio acabar numa escarpa sobre o mar. Mas também deu direito a uns pingos de chuva e agora a um vento frio como o caraças.

As informações recolhidas aqui é que a situação na Mauritânia está normalizada.

Amanhã passamos a fronteira em comboio com uns franceses com jeeps.

dobrámos o cabo do bojador

dobrámos o cabo do bojador, 500 e tal anos depois do Gil Eanes. Vamos a caminho de Dakhla e do trópico de cancer.

hoje o deserto

Ontem o mar, hoje o deserto.

Estamos no sahara!

Já vimos alguma areia mas ainda estamos longe das dunas dos postais. Em layoune começa o sahara ocidental e a ocupação marroquina, o controle militar e a presença da onu.
Estamos num parque de campismo onde de um lado estão as gentes do norte (marroquinos) e de outro os sahauries. Desconfio que os segundos não estarão a passar férias.

De qualquer forma saímos de tal forma dos circuitos turísticos que jantámos os três por um euro e meio.

"hotel suerte loca", praia e tagine de polvo

Não é um hotel no fim do mundo, mas a haver uma associação de hotéis do fim do mundo este é um deles. Bienvenidos al "hotel suerte loca", fica em sidi ifni.
Hoje progredimos pouco mas viemos a flutuar por uma costa de redondas colinas sobre o mar. O mar! Já fomos à praia e nunca nos sentimos tão estrangeiros como numa praia muçulmana.
A outra vantagem é que há peixe para comer, deixo-vos com um segredo: tagine de polvo.

estas montanhas vermelhas são impressionantes e belas

Atravessamos o atlas por tiz-n-test. estas montanhas vermelhas são impressionantes e belas. A carrinha precisou de mais um aperto, mas agora está melhor que nunca. Já estamos junto ao mar a sul de agadir e amanhã vamos procurar saber mais notícias do golpe de estado e decidir o que fazer.

a vista lá de cima é extraordinária!

Demorámos 4h a subir o toubkal desde o abrigo e mais duas a descer, mas a vista lá de cima é extraordinária! Vale mesmo a pena. Quando chegámos cá abaixo ao abrigo caiu uma granizada que deixou tudo molhado e o vale pontilhado de branco.
Decidimos ficar a dormir no abrigo e só regressar amanhã a imlil.

Demorámos 5 horas a subir 1300m

Estamos a 3100m. Demorámos 5 horas a subir 1300m. Acabámos já em plena noite e com alguma chuva. Completamente estoirados.
Amanhã vamos até lá acima.

refúgio do toubkal

Estamos em imlil e vamos partir agora para o refúgio do toubkal. são 4 horas de caminhada mas neste momento bebemos um chá em frente da montanha. Não sei se terei rede logo à noite. Contamos regressar aqui amanhã ao fim do dia.

As melhoras

Finalmente começaram as boas notícias. O Simão está bastante melhor, já não tem febre, tem fome, já saiu para desentropecer as penas e re-adquiriu o bom humor.

O Le Monde noticia que o aeroporto de nouakchot foi reaberto, que o parlamento foi dissolvido mas o primeiro ministro mantem-se em funções. Os mauritanios (é assim?) festejaram nas ruas, os sindicatos e os partidos da oposição aderiram ao golpe e não houve derramamento de sangue. Parece que só a ONU, a UE e a União Africana é que nao gostaram da dança das cadeiras. o novo presidente, coronel qualquer coisa, continua a garantir que pretende instaurar a democracia, a justiça e o desenvolvimento. já varios embaixadores foram recebidos pelo coronel. parecem boas notícias para a mauritania e para nós.

soubemos de um amigo do simão que está em dakla, que ainda não se pode passar, mas aparentemente é porque os marroquinos não deixam. de qq forma amanhã vamos para o atlas e na segunda-feira subimos o toubkal.

militares progressistas?

no site da bbc estão notícias sobre o golpe de estado. o comunicado oficial dos militares - http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/africa/4742777.stm -, que se chama Conselho Militar para a Justiça e Democracia começa por invocar Deus, Alá naturalmente, o que não nos dá muita esperança. mas afirmam fazer o golpe pela democracia e o desenvolvimento. nas ruas de nouakchott celebrou-se o golpe e vários sindicatos e partidos oposicionistas já aderiram ao golpe de estado. Progressistas islâmicos???????? que susto!

de qq forma militares progressistas são uma coisa muito rara, senão extinta, e os últimos de que me lembro são os do 25 de abril.

isto é tudo muito complicado!

parados

com alguma falta de acentos e um teclado azert em árabe hoje sou eu que escrevo directamente.

desta vez foi o simão, em vez da embraiagem da princesinha, que nao esteve bem. algo que comeu. mas já esta a recuperar. como consequência vamos estar pelo menos mais um dia em marraqueche, o que convenhamos não é mau sitio para se estar pelo menos mais um dia! (. de exclamação)

entretanto soube pelo forum dos "atravessadores do sara" que a embaixada da mauritânia em marrocos informou que a fronteira está aberta, isto é uma boa notícia. mas ainda é cedo para tomar decisões, ainda temos pela frente os 4200 m do jbel toubkal.

nota: as pessoas com genes de mãe acusam-se logo. é verdade era principalmente para ti carocha

Marraqueche

31º 37' 31.8'' N 7º 59' 18.6'' W - djmaa el fna - a praça de marraqueche.

A praça mais fantástica que conheço.

A 200 km de marraqueche a embraiagem cedeu e viemos só com a 3ª e a 4ª. entrar nesta cidade com o seu trânsito caótico nestas condições foi outra aventura, felizmente um aperto no cabo resolveu o problema.

Da mauritania é que não chegam notícias mas decidimos subir o toubkal e depois logo se vê.

mau

Hoje foi um dia mau.

Uma notícia familiar triste, uma nota de mestrado menos boa e um golpe de estado na mauritania. Ainda não tenho notícias muito precisas mas a viagem fica muito comprometida.

Entretanto saímos de Fez e viemos dormir a uma estância de veraneio marroquina. Ver marroquinos de férias sabe bem, principalmente porque não estão a tentar vender nada. O almoço também valeu a pena, numa tasca para pessoas normais longe dos turistas europeus.

Fez

Agora já estamos em Marrocos. Primeiro passeio pela medina. Comemos na rua pão com frango. O tempero do frango era muito bom, rematado com dois copos de limonada que um homem vendia numa vasilha de cobre carregadas às costas. Inclinava-se sobre um ombro e enchia o copo. engenhoso!

Chefchaouen

Fim da primeira etapa: Chefchaouen! Desta vez com calor, mas passa-se o mesmo: a praça, o passeio pelas ruas da medina e a invasão do azul omnipresente que confunde céu e terra. Agora é tempo de descansar e amanhã partir rumo a Fez.

de noite

É sempre assim, acabo sempre a fazer esta parte da viagem de noite. A carrinha é muito engraçada de guiar e de viajar. Mais duas horas e chegamos ao barco.